terça-feira, 1 de maio de 2012

O coração sedentário e o freio de mão

Dizem que os "amigos verdadeiro são para sempre". Discordo. Amigos, quando são amigos, sempre são verdadeiros, ainda que a amizade se desfaça ou que o contato se perca. Praticamente tudo é perecível e, não por isso, perdem sua qualidade de verdadeiro. Amigos são simplesmente amigos.

Dizem que "amigos verdadeiros" são aqueles que estão ali para você a todo momento, que estendem a mão, compartilham sentimentos e que, não obstante a distância e o tempo, a amizade continua. Acho que mentem.

Dizem que os "amigos verdadeiros" não se importam com as diferenças, conseguem superá-las. Vão além, verdadeiros amigos são aqueles que lhe têm como família; são aqueles que você pode "falar como falaria a ti mesmo". Poético e sentimental. Para mim, dramático.

Amigos são sempre amigos... e sempre verdadeiros. Não importa se eles sofrem junto, se lhe têm como família ou que não se importem com as diferenças. Os amigos são aquelas pessoas que gostam de você, ainda que se irritem com as dessemelhanças, que não compartilhem do mesmo sofrimento ou lhe considerem um irmão. Amigos, simplesmente, fazem-lhe sentir-se bem e torcem pela sua felicidade, mesmo sem compartilhar de sua angústia.

Amizade é algo comlicado, sempre deixa alguma marca ou lembrança. Amigos dividem lembranças. Amigos lhe passam cola e cuidam de seu coração sedentário. Amigos lhe emprestam o carro, sem receio de puxar o freio de mão...
Para certas pessoas, é bom passar o volante e, até mesmo, soltar o freio de mão, ainda que, eventualmente, venha a acioná-lo. Afinal, por alguns amigos, vale a pena puxar o freio de mão.