quarta-feira, 21 de abril de 2010

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Venho aqui vazio. Estou vazio. Na verdade, acho que me perdi dentro de mim e não consigo mais me encontrar. Não consigo mais me definir, não sei mais do que gosto, nem mais o que quero. Estou sem rumo dentro de mim mesmo. Estou negativista, hoje. Não se foi a chuva que me deixou assim...não sei se me tornei assim. Ando procurando os pedaços de mim que se perderam pelo caminho. Sinto-me um espelho estilhaçado. Estou inseguro, sem opinião.

Eu, sinceramente, não tenho nem mais inspiração para escrever. Talvez esteja cansado ou talvez não. Quem sabe este estado seja transitório. Espero que seja. Pela primeira vez, vejo-me fragmentado. E olhe que sempre me achei completo, tão seguro de mim mesmo.

Simplesmente não consigo escrever mais neste espaço. Há uma parte de mim que pulsa por escrever sobre algo, mas há outra que me bloqueia os pensamentos e fico vazio. É, fico assim, oco, sem nada a falar. Estou vagueando pelo meu interior...e deixo-me fluir em vários seres em busca de finitude. O problema é que encontro vários "Ítalos" em meu interior. O que quer ser grande, o que é sem ambição, o que gosta de Jazz e MPB e o que ouve Eletropop... Alguns sobrepõem-se a outros, mas estão em constante guerra.

Vejo que as palavras e pensamentos me fogem...E parecem não voltar, pelo menos não hoje, não neste momento. Sinto-me tentado a acabar o texto, porém quero continuar também. Não sei mais o que escrever...somente o meu vazio.


4 comentários:

  1. Sei como são essas almas inesgotáveis que não conseguem ter uma única versão de si mesma. É mais ou menos querer ser feliz intensamente, mas do que qualquer um e, por isso, seguir outro caminho. Porém, nunca se tem a certeza que este caminho seguido é o da Felicidade, já que queremos fugir da "Outra Felicidade" dos outros comuns. Sabemos que a "Felicidade" deles é falsa, mas mesmo assim não conseguimos seguir a nossa Felicidade por achar, talvez, que só a felicidade deles a é verdadeira...

    Ser unico e Leve é difícil. É Deliciosamente satânico...

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  2. A completude sempre me pareceu ilusão. Como seres que se quer sabem de onde vieram, o que fazem aqui e pra onde vão possam se sentir completos? Somos e seremos seres faltantes, ocos, incríveis caixinhas de nada. Há dias que essa constatação dá um tapa na nossa vaidade, nos fragiliza, nos mostra o que somos.

    E como diria Drummond:

    " Por muito tempo achei que a ausência é falta.
    E lastimava, ignorante, a falta.Hoje não a lastimo.
    Não há falta na ausência.
    A ausência é um estar em mim.
    E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços
    que rio e danço e invento exclamações alegres
    porque a ausência, essa ausência assimilada
    ninguém a rouba mais de mim. "

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  3. Belo blog!
    Abraços,
    Antonio Nahud Júnior

    www.cinzasdiamantes.blogspot.com

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