sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

MÃE.

Um dia chegou a notícia...
Eras tu quem vinha...
A alegria tomou conta de mim,
fazias parte de meu ser.
Meu alimento era teu alimento, meu ar teu oxigênio,
Minha voz tua música.

Teu movimentos eram minhas massagens,
Minha dor era tua chegada...

Chegaste
No dia 28 de Março de 1992, seis horas da tarde...
Uma noite sem dormir ouvindo o choro que me fazia ninar,
O suspiro que me fazia amamentar,
O soluço que angustiada tentava acalmar...

O primeiro sorriso...
A primeira palavra...
Os primeiros passos...
A primeira escola...
As primeiras escolhas...

E a independência chegara,
Antes, porém, tantas noites sem dormir,
O nariz tapado, o ouvido doendo, a garganta inflamada,
Os olhos ardendo, a gripe, a febre...
Mas que tudo, era o amor que movia
Cada dia de mãe calejada.

E nas marcas do rosto, os vincos de preocupação.
Surgia um cabelo branco daqui, uma nova ruga dali,
Natural de mãe de amor incondicional.

Tantas vezes me fez rir, tantas outras me fez chorar.
Hoje apenas posso lembrar
Os momentos de carinho que um dia senti,
Na infância e inocência que um dia vi em ti...

O passado acalenta o presente tão duro.
Dissipa a dor das palavras sem cor,
Do sorriso sisudo de quem não que mais sorrir.
Do carinho perdido que nunca mais senti.

Mas o brilho dos teus olhos em cada conquista tua,
Me faz da vida uma alegria e posso sorrir,
Ainda que por dentro e longe de ti,
Por tuas conquistas, por tua labuta,
Por tuas alegrias...
Filho meu, que ajudei a construir.

De: Maízia Seal Carvalho Pamponet.
Para: Ítalo Seal Carvalho Pamponet.

Um comentário: